3I/ATLAS: James Webb revela segredos do maior cometa interestelar já visto — e ele pode ser o mais antigo do universo

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O Telescópio Espacial James Webb também observou o cometa 3I/ATLAS, desta vez em 6 de agosto de 2025, usando seu instrumento Espectrógrafo Quase Infravermelho.

Imagem do cometa 3I/ATLAS capturada pelo James Webb, revelando detalhes do maior cometa interestelar já observado e sua composição rica em CO₂ e água.
Imagem do cometa 3I/ATLAS capturada pelo James Webb, revelando detalhes do maior cometa interestelar já observado e sua composição rica em CO₂ e água.

As observações de Webb também descobriram que o cometa interestelar é rico em dióxido de carbono e contém gelo de água, vapor de água, monóxido de carbono e sulfeto de carbonila. O cometa 3I/ATLAS permanece visível a partir de agora e até setembro de 2025, mas logo em seguida ele estará muito perto do sol para ser visto da Terra. No entanto, ele ressurgirá do brilho do sol e se tornará visível mais uma vez no início de dezembro de 2025, enquanto continua sua jornada pelo nosso Sistema Solar, Uma vez que tenha desaparecido da vista, ele terá ido para sempre. Mas antes que isso aconteça, os cientistas estão usando nossos observatórios científicos mais poderosos para descobrir mais sobre o que faz esse estranho objeto do espaço profundo marcar, e o que ele pode nos ensinar sobre o Universo.

James Webb entra em ação

Desde seu lançamento, o telescópio espacial James Webb tem se tornado um dos maiores aliados da ciência para investigar mistérios do universo. No caso do 3I/ATLAS, o Webb foi direcionado para coletar informações em infravermelho, uma tecnologia capaz de detectar a composição química do núcleo e da coma do cometa.

Os resultados foram impressionantes. Dados recentes revelaram que o 3I/ATLAS possui uma combinação de elementos químicos similares aos encontrados em cometas formados no início do Sistema Solar. Porém, algumas diferenças sutis sugerem que ele pode ter se originado em condições completamente distintas, talvez em outro sistema estelar com características únicas. Essa descoberta abre a possibilidade de compararmos a formação de mundos diferentes e até mesmo de entendermos se os ingredientes da vida estão espalhados de maneira universal pelo cosmos.


Alienígena ou cometa? O debate da NASA

Desde sua descoberta, o 3I/ATLAS tem alimentado teorias que vão além da ciência tradicional. Alguns pesquisadores chegaram a questionar se ele poderia ser uma sonda alienígena, assim como aconteceu com o polêmico ‘Oumuamua. A forma peculiar de sua trajetória, combinada com seu tamanho e composição, deu margem para interpretações especulativas.

No entanto, a NASA esclareceu em relatórios recentes que, até o momento, todas as evidências apontam para o 3I/ATLAS ser um cometa interestelar natural. Mesmo assim, os cientistas não descartam a possibilidade de descobertas ainda mais intrigantes no futuro, já que cada nova análise feita pelo James Webb revela detalhes que antes pareciam impossíveis de observar.


O cometa mais antigo do universo?

Um dos pontos que mais chamam a atenção no estudo do 3I/ATLAS é a hipótese de ele ser um dos objetos mais antigos do universo já analisados. Isso porque sua composição sugere que ele permaneceu praticamente intocado desde a formação inicial das primeiras estrelas e sistemas planetários.

Se essa hipótese se confirmar, o 3I/ATLAS pode funcionar como uma verdadeira máquina do tempo cósmica, revelando como eram os blocos de construção do universo há bilhões de anos. Essa descoberta não só ajuda a compreender a história cósmica, mas também reforça a ideia de que os elementos básicos para a vida podem estar espalhados por todos os cantos do espaço.


Comparando com outros visitantes: ‘Oumuamua e Borisov

O 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar catalogado, mas difere bastante de seus antecessores. O primeiro, Oumuamua, surpreendeu em 2017 por seu formato alongado e comportamento estranho, levantando debates até hoje sobre sua verdadeira natureza. O segundo, 2I/Borisov, identificado em 2019, era mais semelhante a um cometa tradicional, liberando gases e poeira conforme se aproximava do Sol.

Já o 3I/ATLAS combina características de ambos, mas em uma escala muito maior. Seu tamanho colossal e a complexidade de sua composição o tornam uma peça rara no quebra-cabeça cósmico. Enquanto ‘Oumuamua levantou suspeitas de origem artificial e Borisov trouxe pistas sobre cometas típicos de outros sistemas, o ATLAS pode carregar segredos ainda mais profundos sobre a formação universal.


O impacto científico do 3I/ATLAS

A chegada do 3I/ATLAS ao Sistema Solar é considerada uma oportunidade única. Diferente de missões espaciais que levam décadas para alcançar objetos distantes, esse visitante simplesmente veio até nós, oferecendo a chance de observação direta com instrumentos de última geração como o James Webb e o Hubble.

Os estudos do ATLAS podem ajudar a responder perguntas fundamentais:

  • Como se formam os cometas em outros sistemas estelares?
  • Os ingredientes da vida são comuns no universo?
  • Quais diferenças químicas existem entre objetos locais e interestelares?
  • Poderiam esses visitantes trazer pistas sobre a origem da água e da vida na Terra?

Cada uma dessas questões aproxima a humanidade de compreender melhor o lugar que ocupamos no cosmos.

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O futuro das pesquisas com o James Webb

O James Webb continuará monitorando o 3I/ATLAS pelos próximos meses, enquanto ele ainda estiver ao alcance de seus sensores. A ideia é mapear com precisão sua composição, velocidade, trajetória e até possíveis fragmentações. A expectativa é que essas observações resultem em artigos científicos que podem redefinir o entendimento sobre objetos interestelares.

Além disso, a NASA e outras agências estudam a possibilidade de futuras missões robóticas capazes de interceptar objetos como o ATLAS. Embora não haja tecnologia pronta para alcançá-los rapidamente, o simples fato de termos identificado três visitantes interestelares em menos de uma década sugere que muitos outros estão cruzando o Sistema Solar neste momento.


O fascínio popular e a cobertura na mídia

Representação do cometa 3I/ATLAS em sua trajetória hiperbólica, destacando sua rotação, cores avermelhadas e importância científica para compreender a formação galáctica.
O Hubble capturou essa imagem do cometa interestelar 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o cometa estava a 277 milhões de milhas da Terra. Hubble mostra que o cometa tem um casulo de poeira em forma de gota saindo de seu núcleo sólido 

Não é apenas a comunidade científica que se interessa pelo 3I/ATLAS. O público em geral, fascinado por mistérios cósmicos, acompanha com curiosidade as atualizações sobre esse viajante interestelar. Manchetes em jornais do mundo todo já o apelidaram de “cometa alienígena” ou “o maior visitante do espaço profundo”. Esse tipo de cobertura reforça a conexão entre ciência e imaginação, despertando um interesse coletivo que ultrapassa fronteiras.

E, convenhamos, a ideia de que um objeto vindo de outro sistema estelar atravessou nosso quintal cósmico é algo que mexe com a imaginação de qualquer pessoa.


Conclusão: um mistério em movimento

O 3I/ATLAS é muito mais do que apenas um cometa. Ele é um mensageiro cósmico, carregando em sua estrutura pistas de um passado remoto que pode reescrever capítulos inteiros da nossa compreensão sobre o universo. Com a ajuda do James Webb, da NASA e de telescópios ao redor do mundo, estamos diante de uma chance única de aprender sobre mundos além do nosso.

O que já sabemos é fascinante: trata-se do maior cometa interestelar já observado, possivelmente um dos mais antigos do cosmos, e uma verdadeira cápsula do tempo espacial. Mas o que ainda não sabemos pode ser ainda mais surpreendente. Será que ele guarda segredos sobre a vida fora da Terra? Será que veremos mais visitantes como esse nos próximos anos?


FAQ – 3I/ATLAS: James Webb revela segredos do maior cometa interestelar já visto

O que é o 3I/ATLAS?

É o terceiro objeto interestelar já descoberto, identificado em julho de 2025 pelo sistema ATLAS no Chile.

Por que ele é considerado o maior cometa interestelar?

Porque seu núcleo pode ter até 11 km de diâmetro, superando Oumuamua e Borisov.

O que o James Webb descobriu sobre o 3I/ATLAS?

O Webb revelou que sua coma é rica em CO₂, água e monóxido de carbono, indicando composição semelhante a cometas do Sistema Solar.

O 3I/ATLAS representa algum perigo para a Terra?

Não. Sua aproximação máxima será em dezembro de 2025, a 1,8 UA da Terra, sem risco de colisão.

Por que ele pode ser o mais antigo do universo?

Porque estudos indicam que ele se formou no disco espesso da galáxia, entre 9 e 13 bilhões de anos atrás.

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